Patrick Rafael (1952 - 1985)
Artista franco-luso, começou a expôr muito cedo ("Annese" foi o seu primeiro filme de arte, aos 15 anos de idade). Esta pequena pérola, até agora desconhecida, vem a público graças ao esforço da Colecção Bernardo em obter obras deste artista. Neste filme Patrick Rafael explora uma nova língua, próxima do esperanto, inventando um "pseudo - francês", mais musical, associando-o também ao bel-canto, outra das paixões do artista.
Patrick Raphael teve uma vida obscura , não se conhecendo práticamente nada sobre a sua actividade artística . Nunca foi fotografado, nem aparecia nas "vernissages", apesar de rezar a lenda que de facto ele aparecia, mas mascarado de mulher, muitas vezes encarnando uma diva do canto, podendo assim observar, anónimo às reacções às suas obras.
A sua produção foi muito escassa e dispersa, suspeitando-se que existam várias obras desconhecidas ou em paradeiro incerto.
"Os seus poucos filmes reflectem sempre um estado de angústia e desespero, próximos da depressão. As vozes sussurantes, as árvores que ganham vida, a natureza ameaçadora, fazem-nos lembrar as "florestas más" e outros medos do nosso imaginário infantil. Patrick Rafael é um artista autista. A sua obra obssessiva , as onomatopeias , a lingua inventada , a natureza em turbilhão, tudo nela gira numa espiral embrionária de beleza ensimesmada." - Jean Baptiste Garonese.
Patrick Rafael cometeu suicídio aos 33 anos de idade. Vivia em Saint - Denis, trabalhava numa empresa de contabilidade e preparava a sua primeira retrospectiva.
Annese - Patrick Rafael - Super8 1967
segunda-feira, janeiro 28, 2008
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7 comentários:
Extraordinário! Um hino à Liberdade com L grande e ao Amor. Patrick for ever. (Tu sabes quem)
cumprimentos
comissário da academia do Transval,
secção símios superiores
Gostariamos de vos convidar a vir conhecer o Projecto Raízes, que promove a Agricultura Biológica e um conceito de produção local para consumo local em Vila Nova de Gaia.
Venham ver em www.raizes.org
Verde! Eu fico é Verde de inveja, não fazer coisas assim.
PS: É desta música que o Herman José foi buscar aquela do "o nosso amor é veeeerrddeeeeee"? Quem é a artista? Isso também gostava de ficar a saber.
Abraço verde.
Olá
A artista chama-se Natália de Andrade, personagem que ainda tive o prazer de conhecer pois frequentava a Pastelaria Alsaciana, habitualmente envergando roupas deveras extravagantes.
Pelo que soube, ela é que financiava os próprios discos...
Isto é-me deveras familiar, mas nunca, jamais, vi uma obra desse tal Patrick depressivo. Estão certos da autoria?
fã-rebola
As obras de Patrick Rafael têm levantado muitas questões, como as de qualquer artista entretanto falecido. Chegamos mesmo a pensar que o bom artista é o artista morto. Claro que as suas obras foram ganhando uma actualidade e transversalidade, que influenciam os afectos dos espectadores, levando-os a acharem familiar a obra, como se a conhecessem ou já a tivessem visto. O próprio Patrick Rafael deixou coisas escritas sobre o assunto, nuns estudos que estava a fazer para uma mega instalação em Odorama, onde pretendia explorar imagens e odores da infância em projecções tripticas com cheiro, pretendendo activar memórias afectivas no espectador.
Patrick é simplesmente genial. Quem me dera ter partido com ele.
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