sexta-feira, maio 30, 2008

Rainer Schlurps

Rainer Schlurps nasce na Alemanha em 1939 no seio de uma família ilustre, que vivia de heranças dos seus nobres antepassados.
Sendo desde sempre considerado o mais introvertido da família, tentava sempre passar despercebido em qualquer lado para onde fosse, sendo muitas vezes difícil, devido ao grupo de aristocratas e figuras públicas que geralmente o acompanhavam.
Um dia vai ao cinema e descobre o que é a indiferença do espectador para com quem está a seu lado, como que hipnotizado pela tela.
A partir daí, Schlurps refugia-se em salas de cinema, um lugar de eleição para poder encontrar a paz que procurava. A desatenção que a tela criava para com a sua pessoa faz dele um indivíduo anónimo, um simples mortal. Começa a escrever pequenos textos sobre cinema, no seu diário.
Com a crescente má qualidade dos filmes (principalmente a partir do meio da década de sessenta, segundo Schlurps), a nova burguesia recomeçou a estar atenta a quem frequentava as salas. Muito mais do que ir às salas para verem filmes, era moda ir para conviver, bisbilhotar e até mesmo engatar. Na sessão da meia-noite do cinema Kino em Berlim, numa projecção de “A Smell of Honey, A Swallow of Brine”, Schlurps entra a meio da sessão como de costume (“uma forma de fugir ao olhar atento do espectador”, segundo o diário de Schlurps), e para sua grande surpresa, é reconhecido por um grupo de vanguardistas que dizem ter ido à sala para escrever uma crítica sobre o estado do cinema (veio-se a descobrir mais tarde que afinal eles quereriam roubar a crítica que Schlurps tinha escrito, crítica essa, que continha um anagrama que segundo ele, era o plano para representar a morte do cinema). Schlurps conseguiu no entanto fugir sem deixar rasto.
Os seus pais souberam da ocorrência através de “más línguas” na sessão de cinema das 15h30 do dia seguinte e apressaram-se para casa de Schlurps, arrombaram a porta e encontraram um filme que foi posteriormente analisado por vários críticos de cinema que o consideram actualmente um génio, um visionário que, segundo Sarah Plenert (historiadora de cinema), previu a morte do cinema.Deixou tambem num papel, uma frase enigmática que ainda ninguém consegui descobrir o seu veradeiro significado:
R. S. :”Em El Ei, vou ser Rei”
A colecção Bernardo mostra-nos agora a sua única obra conhecida, "Refúgio".


"Zuflucht" - Rainer Schlurps - 16 mm - 1967

segunda-feira, maio 05, 2008

Imagens de Kabeirobtozob

Únicas imagens conhecidas de Dimitri Kabeirobtozob.



Dimitri Kabeirobtozob

Dimitri Kabeirobtozob (1929 - ?)
A ultima aquisição da Colecção Bernardo é este pequeno filme intitulado "Leonidas", do arquitecto russo Dimitri Kabeirobtozob. Este filme nunca foi exibido públicamente, tendo sido realizado para ser exibido numa festa particular de artistas em Paris, no ano de 1969.
À excepção de "Leonidas" todas as obras de Kabeirobtozob desapareceram,ou foram destruídas. Contemporâneo de Ivan Leonidov e de Konstantin Melnikov e de muitos outros artistas ligadas ao construtivismo , Dimitri teve uma vida atribulada,sendo muitas vezes perseguido pelo regime soviético, devido a algumas abertas divergências.
Fugiu para a Europa Ocidental nos anos 50 , onde privou com artistas de vanguarda e com o arquitecto Le Courbusier , chegando a viver num refúgio modular concebido pelo célebre arquitecto.
Nos seus poucos trabalhos conhecidos, Kabeirobtozob propunha uma atitude construtiva que procurava uma aproximação das abordagens metafísica do suprematismo, e materialista no construtivismo russo.
A temática da cidade, do movimento e da velocidade futurista eram uma constante do trabalho de Dimitri Kabeirobtozob que infelizmente não chegou até nós.
A partir dos anos 80 nada se sabe sobre Dimitri, ignorando-se o seu paradeiro , ou mesmo se ainda estará vivo.


Leonidas - Dimitri Kabeirobtozob - quadrupula projecção 1969

quinta-feira, maio 01, 2008

Guerra Civil Espanhola

Mais um filme sobre a Guerra Civil Espanhola e o bombardeamento de Guernica, feito para o concerto de Rui Reininho e a Companhia das Indias na Casa da Música . Imagens pilhadas a Buñuel, Orson Welles e YouTube. Animações de JPG, editing de Abrocas.